quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O Passado dos Contos de Fadas (III)

A Pequena Sereia

 

História censurada:

   Era uma vez um rei marinho que morava num lindo castelo. Ele tinha seis filhas muito lindas. As seis princesas não tinham pernas, o corpo terminava numa cauda de peixe. A sereia mais nova era a mais linda de todas.
  A sereia mais nova tinha os olhos verdes e a pele clarinha. Tinha também a voz mais linda do mundo. Apesar da grande beleza, ela era muito triste. A única coisa que a fazia feliz era ouvir falar do mundo dos homens lá de cima.
  A avó falava das maravilhas do mundo dos homens para as netas. A avó também dizia a elas que só poderia subir à superfície quando completassem 15 anis. E assim foi. Ano após ano uma das sereias subia à superfície para ver o que havia de diferente neste outro mundo. A mais nova era a mais ansiosa para que chegasse logo sua vez.
  Finalmente chegou o dia em que a mais nova completou quinze anos. Ela estava muito feliz. A avó, que era a velha rainha viúva, enfeitou a Pequena Sereia de tal forma que ela ficou ainda mais linda. E, assim, ela subiu pelas águas acima.
  Quando chegou à superfície, o sol acabara de se pôr. As nuvens estavam brilhando. Perto dali havia um grande navio. Nele havia música e dança. A sereia nadou até a janela do salão e viu a festa de aniversário do príncipe. Ele era o mais belo de todos. A Pequena Sereia ficou tão encantada coma beleza o príncipe, que o observou até findar a festa.
  Assim que a festa acabou, o navio partiu. Eis que de repente uma forte tempestade faz balançar tanto o navio, que esse acaba afundando. O príncipe e seus convidados tentam se salvar, mas é tudo em vão. Surge, então, a pequena sereia para salvar o príncipe e o levar até a um lugar seguro. Mas, em seguida, a pequena sereia se afasta dali.
  Quando retornou ao fundo do mar, a Pequena Sereia contou tudo as suas irmãs. Uma das irmãs sabia onde ficava o castelo do príncipe. E lá se foram elas. O castelo era feito de outro e brilhante. A sereia, agora, desejava muito ser uma mulher de verdade para poder se casar com o príncipe. Pediu ajuda à feiticeira e esta concordou em atender a seu pedido, mas em troca queria sua bela voz. A Pequena Sereia concordou com tudo.
  Chegando ao palácio, a sereia foi muito bem recebida. Era a mais linda de todas. O príncipe se encantou com sua beleza, pois a achara parecida com a sereia que o salvara. Pena que a jovem não pudesse falar! A Pequena Sereia foi ficando cada vez mais triste, chorou muito. Suas irmãs ficaram sabendo de sua tristeza e imploraram a voz. E assim foi feito. Ela voltou a falar.
  Imediatamente o príncipe reconheceu que ela era a sereia que havia salvado a sua vida. O príncipe então lhe propôs casamento. A Pequena Sereia agora já não era mais triste, mas sim uma alegre e realizada princesa. E assim os dois se casaram e foram muito felizes para sempre.
 

História original:

   Era uma vez um rei marinho que morava num lindo castelo. Ele tinha seis filhas muito lindas. As seis princesas não tinham pernas, o corpo terminava numa cauda de peixe. A sereia mais nova era a mais linda de todas.
  A sereia mais nova tinha os olhos verdes e a pele clarinha. Tinha também a voz mais linda do mundo. Apesar da grande beleza, ela era muito triste. A única coisa que a fazia feliz era ouvir falar do mundo dos homens lá de cima.
  A avó falava das maravilhas do mundo dos homens para as netas. A avó também dizia a elas que só poderia subir à superfície quando completassem 15 anis. E assim foi. Ano após ano uma das sereias subia à superfície para ver o que havia de diferente neste outro mundo. A mais nova era a mais ansiosa para que chegasse logo sua vez.
Finalmente chegou o dia em que a mais nova completou quinze anos. Ela estava muito feliz. A avó, que era a velha rainha viúva, enfeitou a Pequena Sereia de tal forma que ela ficou ainda mais linda. E, assim, ela subiu pelas águas acima.
  Quando chegou à superfície, o sol acabara de se pôr. As nuvens estavam brilhando. Perto dali havia um grande navio. Nele havia música e dança. A sereia nadou até a janela do salão e viu a festa de aniversário do príncipe. Ele era o mais belo de todos. A Pequena Sereia ficou tão encantada coma beleza o príncipe, que o observou até findar a festa.
  Assim que a festa acabou, o navio partiu. Eis que de repente uma forte tempestade faz balançar tanto o navio, que esse acaba afundando. O príncipe e seus convidados tentam se salvar, mas é tudo em vão. Surge, então, a pequena sereia para salvar o príncipe e o levar até a um lugar seguro. Ela o deixa perto de um templo, inconsciente. É então que uma jovem o encontra e o ajuda. O príncipe, encantado pela jovem e por achar que tinha sido ela que o salvara, se apaixona perdidamente pela moça.
  Desolada, a Pequena Sereia volta para o mar. Quando chega lá, chorando, conversa com a sua avó e pede para ela qual a diferença entre humanos e sereias. A resposta é não só a calda, mas a avó explica que a vida de um humano é muito mais curta, porém quando eles morrem sua alma continua viva, pois estas são eternas, já as sereia transformam-se em espuma do mar.
  Desejando não só o amor do príncipe, mas também uma alma eterna, a Pequena Sereia procura a Bruxa do Mar que, em troca de sua bela voz, dá a ela uma poção. A Bruxa avisa porém que, quando a sereia tomar a poção, sentirá uma dor muito forte, como uma facada. Também diz que uma vez que ela vire humana, nunca mais poderá voltar ao mar, mas em compensação terá duas belas pernas, com as quais poderá dançar como nenhum outro humano. No entanto, constantemente ela sentiria como se caminhasse com facas ao invés de pernas e seus pés sangrariam muito. Ela também só teria uma alma humana quando casasse e tivesse seu beijo de amor verdadeiro. Se isso não acontecesse, na primeira noite de casamento do príncipe com outra mulher, a Pequena Sereia morreria e viraria espuma do mar.
  A Pequena Sereia aceita a proposta, trocando então, sua voz pela poção. Ao bebê-la, vai logo atrás do príncipe que se encanta por ela, mesmo ela sendo muda. Ela percebe então que o príncipe adora vê-la dançar e, mesmo com uma dor agonizante, continua dançando e dançando, para agradar o príncipe.
  O príncipe, mesmo tendo ficado encantado com a beleza da Pequena Sereia, diz que não se casará com ela, que seu pai pede que se case com a moça do palácio, e é isso que ele quer por acreditar que fora ela quem havia o salvado. Assim ele anuncia o casamento.
  A Pequena Sereia fica desesperada. Acredita que apenas a morte iria salva-la dessa dor. Suas irmãs, que ficaram sabendo de seu sofrimento, foram falar com a Bruxa do Mar e, em troca de seus cabelos, receberam uma faca e a entregaram para a Pequena Sereia. O que a Pequena Sereia devia fazer era mata o príncipe e pingar seus sangue nos pés, que voltariam a ser uma calda e ela poderia voltar para o mar, assim seu sofrimento acabaria.
  A Pequena Sereia chega no quarto de príncipe e sua esposa empunhando a faca, mas quando chega perto, perde a coragem de matar o príncipe adormecido. Ao invés de mata-lo, a Pequena Sereia sai correndo e atira-se ao mar, virando espuma do mar. Mas ao invés de simplesmente desaparecer, seus espírito continua, como a de um humano ela se transforma em ume espírito, filha do mar. *
 
* Este ultimo pedaço foi acrescentado pelo autor um tempo mais tarde para que a história ficasse um pouco mais inocente.
 
 
 
Esta história foi transcrita dor Hans Christian Andersen. As informações que eu achei foi que a única mudança que ele fez foi mesmo este final que já foi sinalizado anteriormente.
 
 
  Minha opinião sobre este conto é que ele traz sim violência e muita tristeza, mas a coisa que eu menos gosto nela é que mostra muito explicitamente que muitas vezes as pessoas fazem pro merecer e não recebem o que lhes é de direito. Não digo que amor seja alguma posse, mas a princesa que casou com o príncipe na história não salvou realmente o príncipe e mesmo assim recebeu a recompensa da vida no lugar da Pequena Sereia. Infelizmente a vida é assim muitas vezes.
Uma coisa que gosto desse conto é o fim infeliz. Eu não sei nem dizer por que, mas gosto dessa sensação de loucura que vem ao fim da história no qual a sereia chega a quase matar o príncipe e até mesmo antes que ela fica desesperada. A
cho que esse tipo de emoções dão ao conto algo tão real e humano, que obviamente esses contos censurados não tem o é o que os deixa tão fantasioso...

 

Fontes:

Coleção Contos Clássicos - Ciranda Cultural


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